quarta-feira, 9 de outubro de 2013

O caso Diego Costa

Pra que não conhece, ou não está familiarizado com o Campeonato Espanhol, nesta temporada o artilheiro até o momento é o brasileiro Diego Costa, atacante de uma das principais equipes - o Atlético de Madri - superando inclusive os grande astros Lionel Messi e Cristiano Ronaldo.

Diego da Silva Costa nasceu em Lagarto-SE, em 1988. No futebol, seu primeiro clube foi o Barcelona, de São Paulo, mas logo chamou a atenção do Sporting Braga, de Portugal, para onde se transferiu com apenas 17 anos. Sem espaço no time, foi emprestado para o modesto Panafiel, também português, onde atuou pouco, mas com qualidade, sendo contratado pelo Atlético de Madri em 2007. Mais uma vez sem chances de atuar, foi emprestado, migrando por alguns times na Espanha e em Portugal. Passou uma temporada no espanhol Valladolid, antes de retornar ao clube madrilenho. Emprestado no começo de 2012, regressou ao time na metade daquele ano, quando - finalmente - começou a ser aproveitado pelo técnico Diego Simeone.
A partir de então vem sido peça fundamental no esquema tático dos colchoneros, e um dos principais destaques individuais, com muita garra e oportunismo, tendo uma excelente média de gols. Suas atuações tem sido tão destacadas, que a próprio torcida espanhola tem feito campanhas para que Diego - que já tem nacionalidade espanhola - atue pela seleção daquele país.

Desde então, um dilema se fez para quem acompanha tal situação, e provavelmente para o próprio atacante - principalmente porque nesta temporada de 2013, Diego Costa também foi lembrado pelo treinador da seleção brasileira Luis Felipe Scollari, e convocado para os amistosos contra Itália e Rússia, ainda que tenha sido pouco aproveitado: aguardar novas chances na seleção de seu país de nascimento, ou então aceitar os pedidos da torcida espanhola, e uma possível convocação do técnico Vicente Del Bosque?

Não que esta seja o primeiro caso de brasileiro que se naturaliza por outra nação, para ganhar chances na seleção então escolhida.
Na Espanha por exemplo, já tivemos o caso do volante Marcos Senna.
Em Portugal são muitos! Os mais recentes e mais conhecidos são o zagueiro Pepe, o meia Deco e o atacante Liédson.
Da Polônia vem o exemplo do zagueiro Roger Carvalho.
Na Croácia, temos o atacante Eduardo da Silva.
Até mesmo na seleção do Japão, contamos com o zagueiro brasileiro Túlio Tanaka.
 Em outros países isso também é comum. Para ficarmos em um único exemplo, na Copa do Mundo de 2006, disputada na Alemanha, o ataque titular da seleção anfitriã era formado por dois alemães, nascidos na Polônia: Lukas Podolski e Miroslaw Klose.
 É evidente que também temos casos em que os jogadores são convidados a naturalizar-se por outro país, para defender uma nova seleção, e que ainda assim, sabendo das dificuldades muito maiores em conseguir um espaço na seleção brasileira, tendo em vista a abundância de mão-de-obra, geralmente muito qualificada optam por "manter-se" brasileiros.

Mas todos esses casos nos fazem refletir sobre: até que ponto vale a pena um indivíduo "abrir mão" de sua nacionalidade, vincular-se a outro país, em busca de um reconhecimento ainda maior em sua área de atuação? Em que medida essa situação pode ser aceita com naturalidade? E até que ponto, neste caso, o Brasil perde com essa "exportação definitiva" de jogadores de qualidade?

Creio que não devam ser colocados quaisquer tipo de impedimentos para essas transferências. Desde que o próprio jogador esteja ciente das consequências e dos resultados de sua escolha, a opção deve ser dele próprio, afinal, quem é que não sonha com um lugar ao Sol em sua profissão?

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