segunda-feira, 2 de junho de 2014

Chile: Uma surpresa para campeões e vices?




É isso que terão pela frente os finalistas do último Mundial, Espanha e Holanda, se não se prepararem e muito para encarar a competitiva e equilibrada seleção Chilena.

De fato, não é sorte e nem desejo de ninguém que possa evitar, ter que encarar logo na primeira fase as duas seleções que decidiram a última Copa do Mundo, ainda que nenhuma de ambas tenha conseguido manter o nível do futebol com que chegaram a Johanesburgo em 2010. Mas, se o Chile realmente tem pretensões ousadas para a Copa no Brasil, terá de encarar estas duas duras batalhas.
E para isso contará com aquela que muito julgam como a melhor geração de futebolistas chilenos de todos os tempos.

Mas vamos com calma.
Gerações como a de 1962, quando chilenos jogavam a Copa do Mundo em casa, e que terminou o mundial em 3º lugar; ou então a geração de 1998, com o fantástico ataque formado por Marcelo Salas e Iván Zamorano; ou mesmo a geração que esteve no último mundial em 2010, na África do Sul, que acabou como 10º colocado, eliminado pelo Brasil (assim como em 1998).

Mas quando pensamos nas potencialidades de cada um dos jogadores convocados pelo excelente treinador, Jorge Sampaoli, não é tão absurdo admitir que o Chile venha melhor do que nunca para uma Copa do Mundo.

Setor por setor:
- O experiente goleiro Cláudio Bravo que, embora não seja um exemplo perfeito de segurança, tem rodagem e é capitão da equipe;
- A defesa chilena, embora com nomes de boa qualidade, ainda é o ponto mais deficitário da equipe: Maurício Isla (Juventus), Gary Medel (Cardiff City), Marcos González (Unión Espanhola) e Gonzalo Jara (Nottingham Forest), embora individualmente tenha suas virtudes – sobretudo Isla e Medel – ainda não conseguiram formar um setor de marcação compacto e seguro;

Mas é do meio para frente que a equipe mostra sua real qualidade!

Valdívia: o cérebro de La Roja
- O meio povoado com um volante de contenção, Marcelo Díaz (FC Basel); o versátil Arturo Vidal (Juventus), incansável na marcação e no ataque, em igual medida; o excelente volante-apoiador Charles Aránguiz (Internacional); e o mais conhecido dos brasileiros, Jorge Valdívia (Palmeiras) que, quando está no auge de sua forma física e de seu empenho para com a equipe, tem uma visão de jogo como poucos no mundo;

Aléxis Sanchez: pôs Neymar no banco.

- E no ataque, o veloz e habilidoso Eduardo Vargas (Valencia), típico atleta que, quando veste a camisa de seu país, vira craque; e o astro-mor da constelação chilena, Alexis Sánchez (Barcelona), bom finalizador, veloz e sempre bem posicionado, e deixou no banco em boa parte da temporada o “pseudo-craque” Neymar.



Além disso, as peças de reposição à disposição de Sampaoli também têm seus méritos, como o jovem meia Felipe Gutiérrez (FC Twente); nem tão jovem, mas com igual potencial no meio-campo, Matías Fernández (Fiorentina); além do jovem lateral Miliko Albornoz (Malmö FF), que tem pintado entre os titulares nos amistosos preparatórios da seleção chilena.

Mas o grande problema da seleção chilena não são as certezas e as afirmações, mas as dúvidas que pairam sobre o elenco.
Qual será a condição física de Valdívia e Vidal?
Conseguirá Vargas manter o nível de suas espetaculares atuações por sua seleção?
Terá Sampaoli o mesmo sucesso de quanto comandou a Universidad do Chile?
Conseguirá a frágil defesa se segurar e sofrer menos gols do que o veloz e letal ataque será capaz de marcar?
Será a seleção chilena capaz de derrotar os atuais campeões e vices logo na primeira fase, conquistando o primeiro lugar do grupo, assim evitando – de acordo com o esperado – um confronto cedo demais contra os carrascos brasileiros?

São dúvidas e incertezas que pairam sobre La Roja, mas que esta geração fantástica tem plenas condições de extirpar, superando a desconfiança e galgando um lugar entre os melhores do mundo.

Os chilenos vem ai e não é para brincar!
Em pé: Isla, Bravo, González, Vidal e Mena
Agachados: Sánchez, Valdívia, Medel, Díaz, Vargas e Aránguiz.




O Brasil para a Copa do Mundo!

Minha avaliação da lista de convocados por Luiz Felipe Scolari:
Julio César:
É um goleiro que está no ponto. Pra entregar outra copa. Saiu da reserva da segunda divisão inglesa para o fraquíssimo campeonato dos Estados Unidos e nem assim conseguiu se destacar. Mas, não sei como, tem a confiança do Felipão.

Jéfferson:
Há tempos vem buscando espaço na seleção. Apesar de pouco atuar, era convocado frequentemente. Fez por merecer estar na lista.

Victor:
O melhor goleiro do Brasil na atualidade. Praticamente deu o título da Libertadores ao Atlético Mineiro em 2013 e manteve o alto nível este ano. Passou por uma “crise técnica” após não ser convocado para a copa de 2010, quando também vivia grande fase jogando pelo Grêmio, mas recuperou a confiança a tempo de estar na lista deste ano.

Daniel Alves:
É praticamente uma unanimidade. Não é craque, mas cumpre bem o sue papel e tem muita qualidade no apoio ao ataque, inclusive tendo participação importante na armação das jogadas ofensivas. Mas às vezes deixa a defesa exposta, obrigando os volantes a guardarem posição.

Maicon:
Há tempos não vive sua melhor fase, mas recentemente vem recuperando seu bom futebol. Provavelmente jogará pouco, isso se chegar a jogar, mas não comprometeria em caso de necessidade.

Marcelo:
Outra unanimidade. Um dos melhores, senão o melhor lateral da atualidade. A única coisa que lhe compromete, além do cabelo, é o temperamento esquentado. Se conseguir se controlar, fará um grande mundial.

Maxwell:
“Na falta de alguém melhor, vai ele mesmo!” Esse deve ter sido o pensamento do Felipão ao convocá-lo. Mas para quem viveu de Roberto Carlos até pouco tempo atrás, não é má opção.

Thiago Silva:
Incontestável e insubstituível. O melhor zagueiro do mundo da atualidade. Não tem ninguém à sua altura para lhe fazer companhia, muito menos para substituí-lo.

Davi Luiz:
É um ótimo defensor quando faz o simples, mas inventa muito. Sobe ao ataque desgovernadamente, deixando a defesa exposta. Isso sem falar do cabelo feio. Se Felipão conseguir fazer ele ficar na defesa já é grande coisa.

Dante:
Tinha opções melhores, mas aproveitou muito bem as chances que teve na seleção e garantiu sua vaga.

Henrique:
Prefiro não comentar. Apenas estou esperando o Felipão dizer: “Pegadinha do malandro!!!”.

Luiz Gustavo:
É o craque tático, faz o simples e não erra, Cobre muito bem as subidas dos laterais. Mas tinha opções melhores.

Paulinho:
Na minha opinião, é uma mentira! É nulo tanto no ataque quanto na defesa. Apenas cerca os adversários, mas não marca. Tem um ou dois lances de genialidade durante todo o jogo e depois some. E ainda por cima está fora de forma, na reserva em seu clube.

Ramires:
Um dos melhores brasileiros da atualidade. Deveria ser titular, pois, ao contrário do Paulinho, sabe marcar e ofensivamente também é muito bom e, apesar dos desentendimentos com a comissão técnica, não tinha como ficar de fora.

Hernanes:
Não é mau jogador, principalmente ofensivamente, mas acho que Felipão deveria ter optado por mais um primeiro volante. Se Luiz Gustavo se machucar ou estiver suspenso, vai ter que improvisar.

Fernandinho:
Gosto muito de vê-lo jogar como terceiro homem do meio de campo, sem tanta responsabilidade na marcação, apesar de poder atuar como volante também. É uma espécie de coringa da seleção, tem muita disposição e qualidade técnica.

William:
Está jogando como nunca jogou na vida, por isso foi convocado. Apareceu para o mundo há pouco tempo e demonstrou técnica e habilidade. Seria muito bom tê-lo no time titular, ao lado de Oscar na armação, pois além de qualidade os dois têm entrosamento.

Oscar:
Às vezes fica sobrecarregado por não ter companhia na armação, já que os volantes não apóiam e quando os laterais sobem ao ataque, ele tem que ficar na cobertura. O que confirma a afirmação de Paulinho é nulo, tanto no ataque quanto na defesa e o principal afetado por isso é o camisa 10, que mesmo assim vem tendo grandes atuações pela seleção.

Bernard:
Tem muita velocidade e habilidade, mas precisa ser mais objetivo. Esse mundial vai fazer com que ele adquira experiência e amadureça, para daqui quatro anos poder fazer a diferença de verdade.

Hulk:
Para conseguir se destacar precisa que o time jogue para ele. Mas, por incrível que pareça, Felipão conseguiu fazê-lo parar de pensar que é craque e jogar pelo time. Mas ainda não me convenceu. É limitado tecnicamente e a perna direita serve só pra subir escadas.

Neymar:
É a grande esperança dos brasileiros, o que na minha opinião é demais para um garoto. Muitos vão falar de outro garoto de 17 anos que foi considerado craque ao dar o titulo à seleção em 1952. Mas a única coisa que Pelé e Neymar têm em comum é o clube de origem. Neymar é muito bom jogador, mas não tanto quando dizem. Tem muita habilidade com a bola nos pés e é excelente finalizador, mas ainda precisa evoluir para chegar ao status de craque. Mas ainda assim é a melhor esperança do Brasil na busca do título.

Jô:
Devido à escassez de centroavantes em boa fase, se tornou uma das melhores e mais prováveis escolhas de Felipão. Tem muito mais qualidade que Fred, e ainda assim é ruim. Mas a fase é boa e é matador.

Fred:
É uma piada. Tão ruim quanto eu, ou até pior. Mas falar dele é fácil, difícil é ele dominar a bola. Mesmo com poucas opções de qualidade para o ataque, ele seria uma das últimas escolhas. Só faz gol se a bola sobrar pra ele, sem goleiro e embaixo das traves. Tem mais sorte do que qualquer jogador que eu tenha visto. Faz uma quantia considerável e surpreendente de gols, mas a quantidade de chances que perde não compensa. Mas é um cara gente boa, bom de grupo e Felipão confia nele (risos).

Possíveis opções para cada posição:
Goleiros:
Diego Alves (Valencia): é muito seguro e apesar de ainda novo, tem experiência internacional. Titular na minha opinião.
Fábio (Cruzeiro): há anos vive grande fase, mas não é um dos três melhores.

Laterais:
Rafinha (Bayern Munique): é completo, tem disposição, velocidade e técnica. Talvez ocupasse o lugar do Maicon.
Filipe Luis (Altético de Madri): é esforçado e compensa a falta de técnica com muita disposição. Fez grande temporada pelo Atlético de Madri.
Alex Telles (Galatasaray): vão rir de mim, mas é o futuro da seleção e sou a favor de dar experiência aos possíveis futuros craques. É muito bom jogador.

Zagueiros: (Poderia citar dezenas de jogadores melhor que o Henrique)
Miranda (Atlético de Madri): grande temporada e há anos vem se destacando na Europa. Titular na minha opinião.
Marquinhos (Paris Saint-Germain): também para ganhar experiência, mas já é uma realidade, grande zagueiro!

Volantes:
Sandro (Tottenham Hotspur): Como admirador da posição, tenho que admitir que o Brasil não tenha ninguém com sua qualidade.
Lucas Leiva (Liverpool): Muita raça, coisa que falta na seleção do Felipão. Gosto muito desse jogador.
Fernando (Shaktar Donetsk): outra boa opção de primeiro volante, podendo sair para o ataque com qualidade também.

Meias:
Douglas Costa (Shaktar Donetsk): Parece esquecido dos brasileiros, mas quem acompanha sabe que desde que foi jogar na Ucrânia, evoluiu muito é excelente armador.
Everton Ribeiro (Cruzeiro): melhor jogador no brasileirão em 2013, já merecia uma vaga na seleção.
Philippe Coutinho (Liverpool): fez grande temporada no Liverpool e deu muita qualidade ao time que
há tempos dependia do já veterano Gerrard. Tem técnica apurada e muita habilidade. Titular no lugar de Hulk, na minha opinião.

Atacantes:
Luiz Adriano (Shaktar Donetsk): também esquecido no Leste europeu, há anos se destaca pelo Shaktar, clube que por sinal teria diversas opções para Felipão.
Alan Kardec (São Paulo), Hernane (Flamengo), Luis Fabiano (São Paulo), Damião (Santos), Pato (São Paulo), Caça-Rato (Santa Cruz), Éderson (Atlético-PR), Bruno Rangel (Chapecoense), Rafael Moura (Internacional), Zulu (Juventude), Sandro Sottilli (aposentado), Gustavo Papa (Brasil de Pelotas), Eu, minha vó e com o perdão da palavra, até o Papa de verdade, mesmo sendo argentino, é melhor que o Fred.
E a seleção ainda contaria com uma “ajuda divina”.

Texto escrito por Diogo Conti