É isso que terão pela
frente os finalistas do último Mundial, Espanha e Holanda, se não se prepararem
e muito para encarar a competitiva e equilibrada seleção Chilena.
De fato, não é sorte e
nem desejo de ninguém que possa evitar, ter que encarar logo na primeira fase
as duas seleções que decidiram a última Copa do Mundo, ainda que nenhuma de
ambas tenha conseguido manter o nível do futebol com que chegaram a Johanesburgo
em 2010. Mas, se o Chile realmente tem pretensões ousadas para a Copa no
Brasil, terá de encarar estas duas duras batalhas.
E para isso contará com
aquela que muito julgam como a melhor geração de futebolistas chilenos de todos
os tempos.
Mas vamos com calma.
Gerações como a de
1962, quando chilenos jogavam a Copa do Mundo em casa, e que terminou o mundial
em 3º lugar; ou então a geração de 1998, com o fantástico ataque formado por
Marcelo Salas e Iván Zamorano; ou mesmo a geração que esteve no último mundial
em 2010, na África do Sul, que acabou como 10º colocado, eliminado pelo Brasil
(assim como em 1998).
Mas quando pensamos nas
potencialidades de cada um dos jogadores convocados pelo excelente treinador,
Jorge Sampaoli, não é tão absurdo admitir que o Chile venha melhor do que nunca
para uma Copa do Mundo.
Setor por setor:
- O experiente goleiro
Cláudio Bravo que, embora não seja um exemplo perfeito de segurança, tem
rodagem e é capitão da equipe;
- A defesa chilena,
embora com nomes de boa qualidade, ainda é o ponto mais deficitário da equipe:
Maurício Isla (Juventus), Gary Medel (Cardiff City), Marcos González (Unión
Espanhola) e Gonzalo Jara (Nottingham Forest), embora individualmente tenha
suas virtudes – sobretudo Isla e Medel – ainda não conseguiram formar um setor
de marcação compacto e seguro;
Mas é do meio para
frente que a equipe mostra sua real qualidade!
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Valdívia: o cérebro de La Roja |
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O meio povoado com um volante de contenção, Marcelo Díaz (FC Basel); o
versátil Arturo Vidal (Juventus), incansável na marcação e no ataque, em igual
medida; o excelente volante-apoiador Charles Aránguiz (Internacional); e o mais
conhecido dos brasileiros, Jorge Valdívia (Palmeiras) que, quando está no auge
de sua forma física e de seu empenho para com a equipe, tem uma visão de jogo
como poucos no mundo;
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Aléxis Sanchez: pôs Neymar no banco. |
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E no ataque, o veloz e habilidoso Eduardo Vargas (Valencia), típico atleta que,
quando veste a camisa de seu país, vira craque; e o astro-mor da constelação
chilena, Alexis Sánchez (Barcelona), bom finalizador, veloz e sempre bem posicionado, e deixou no banco em boa parte da
temporada o “pseudo-craque” Neymar.
Além disso, as peças de
reposição à disposição de Sampaoli também têm seus méritos, como o jovem meia
Felipe Gutiérrez (FC Twente); nem tão jovem, mas com igual potencial no
meio-campo, Matías Fernández (Fiorentina); além do jovem lateral Miliko
Albornoz (Malmö FF), que tem pintado entre os titulares nos amistosos
preparatórios da seleção chilena.
Mas o grande problema
da seleção chilena não são as certezas e as afirmações, mas as dúvidas que
pairam sobre o elenco.
Qual será a condição
física de Valdívia e Vidal?
Conseguirá Vargas
manter o nível de suas espetaculares atuações por sua seleção?
Terá Sampaoli o mesmo
sucesso de quanto comandou a Universidad do Chile?
Conseguirá a frágil
defesa se segurar e sofrer menos gols do que o veloz e letal ataque será capaz
de marcar?
Será a seleção chilena
capaz de derrotar os atuais campeões e vices logo na primeira fase,
conquistando o primeiro lugar do grupo, assim evitando – de acordo com o
esperado – um confronto cedo demais contra os carrascos brasileiros?
São dúvidas e
incertezas que pairam sobre La Roja,
mas que esta geração fantástica tem plenas condições de extirpar, superando a
desconfiança e galgando um lugar entre os melhores do mundo.
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Os chilenos vem ai e não é para brincar! Em pé: Isla, Bravo, González, Vidal e Mena Agachados: Sánchez, Valdívia, Medel, Díaz, Vargas e Aránguiz. |
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